Leia Vulgo Grace de graça pelo Unlimited

Comecei a ler Vulgo Grace sem saber muito bem o que esperar. Claro, ouvi muito falar da Margaret Atwood desde o sucesso de O conto da Aia, livro que inspirou a série que causou tanto burburinho uns anos atrás.

Mas a verdade é que eu não cheguei nem a ler a sinopse de Vulgo Grace antes de começar a ler. Vi que o livro estava disponível no Kindle Unlimited e estava ansiosa para conhecer a escrita complexa da Atwood.

Agora, depois de ter lido 30% do livro, só posso dizer que mesmo com a minha expectativa muito alta, a autora ainda conseguiu superar.

Claro, ainda estou chegando na metade do livro e muita coisa ainda vai acontecer. Mas o que encanta em Vulgo Grace é justamente a forma como a autora escolheu contar a história, misturando diferentes formatos de narrativa.

Uma jovem misteriosa, 2 assassinatos

O livro conta a história de Grace Marks, uma jovem que foi condenada à prisão perpétua aos 16 anos, suspeita de matar o seu patrão e uma colega de trabalho. Ainda que ela já tenha sido condenada, a verdade é que muitos acreditam em sua inocência, inclusive instituições poderosas, como a Igreja e pessoas da alta sociedade.

Um dos grandes motivos para essa defesa tão ferrenha é a suposta perda de memória que a garota relata, afirmando que não se lembra de nada do que aconteceu durante os assassinatos. A sua aparência juvenil e ingênua, com uma voz doce, também convenceu de muitos sobre a sua inocência — enquanto outros acham que esses são apenas ardis de uma mulher manipuladora e insensível.

“A diferença entre um homem civilizado e um monstro bárbaro — um louco, digamos — reside, talvez, meramente numa fina camada superficial de autocontrole.”

— Vulgo Grace, Margaret Atwood, p.149

Buscando um caminho para inocentar a menina, essas instituições contratam Simon Jordan, um médico muito interessado em pesquisas sobre a mente humana. Isso, em 1840, quando não havia dados e nem pesquisas concretas sobre.

O caso é que Grace é uma personagem escusa. É difícil saber quando ela está falando a verdade ou não, e acho que nem mesmo ela tem certeza sobre isso. O ponto alto do livro, até agora, com certeza são os capítulos narrados pelo ponto de vista de Grace, que possuem um ritmo único e intimista, como se estivessemos dentro de um fluxo de consciência da personagem.

Só isso já torna a experiência de leitura algo muito única, e mesmo sem ter terminado a leitura, já posso dizer que recomendo bastante para quem é apaixonado por narrativas inovadoras e personagens complexos.

A grande questão, agora, é se a autora vai conseguir segurar os mistérios que costurou tão cuidadosamente até o fim. Mais importante que isso: é o “como” ela vai conseguir segurar a curiosidade do leitor até as últimas páginas. Ansiosa para saber.

Enfim! Esse é o primeiro diário de leitura que faço em muitos anos, e não acho que o próximo será do livro Vulgo Grace. Logo trago uma resenha com análise completa dessa obra aqui.

Leia Vulgo Grace de graça pelo Unlimited

E você, já leu os livros da Margaret Atwood? O que achou da leitura?

4 comentários em “Diário de leitura | Vulgo Grace, de Margaret Atwood

  1. Acho que as histórias criadas por Margaret Atwood funcionam melhor para mim como séries de televisão. Eu adoro a adaptação de O Conto da Aia, mas o livro foi um pouco decepcionante para mim (talvez porque eu tenha começado com a série). Assisti à minissérie que fizeram de Vulgo Grace e achei igualmente incrível! Pensei até em dar uma chance ao livro, mas fiquei com receio de não gostar muito dele também…

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    1. Nossa, nem sabia que existia série de Vulgo Grace! haha Olha, a narrativa da autora neste livro foi bem diferente, usando recortes de notícias de jornais, poesias e tudo mais. Se você gosta desse tipo de narrativa diferentona, talvez goste do livro.

      Agora, uma coisa sobre Vulgo Grace é que o livro foi baseado em um crime real que a autora reconstituiu de acordo com os relatos de jornais da época, que aparecem no livro, inclusive. Depois vou dar uma olhadinha na série pra ver o quão parecida com o livro ela ficou!

      Abraço,

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